Gestação: Situações comuns e práticas alimentares
por Nutricionista Ana Catarina P. de Aquino Andrade - CRN6 7128
Olá,
Todas as mulheres que já ficaram grávidas, ou todos que já conheceram uma gestante sabem que algumas experimentam situações um tanto incômodas, ou no mínimo diferente do que estão acostumadas. Vamos ver aqui nesse artigo como lidar com isso e assim poder ajudar quando se depararem com isto:
1.Náuseas e vômitos
Frequentes no 1º trimestre, o fato de algumas gestantes não conseguirem se alimentar bem nessa fase não prejudica a nutrição do bebê. A condição pré gestacional da mãe é que tem maior impacto na formação e no desenvolvimento do feto. A partir do 2º trimestre ( 14ª semana) a disposição para se alimentar volta ao normal e aí sim, o hábito alimentar deve ser cuidadoso. Para amenizar:
- refeições pequenas e frequentes (8x/dia)
- alimentos com baixo teor de gordura e abrandados (purês)
- consumir gengibre ou alimentos que o contenham
- consumir biscoitos salgados, tipo cream cracker, pela manhã, em jejum
- Nos casos mais graves, a suplementação com B6 pode ser útil
2. Pica
É quando a gestante ingere substâncias não alimentares como terra, sabão, tijolo, cinza de cigarro, cal de parede etc. De etiologia desconhecida, suas hipóteses mais possíveis são o alívio de náuseas e vômitos e o suprimento da deficiência de Ca e Fe contidos na maioria dessas substâncias – alvo das compulsões. Esse comportamento é prejudicial à gestação, pois há o risco da ingestão de tóxicos e da contaminação por parasitas.
3. Pirose
Azia ou queimação que ocorre mais comumente após as refeições. Como o útero pressiona o estômago, parte dos alimentos misturados com o Hcl pode retornar ao esôfago causando esse desconforto. Para diminuir:
- Comer devagar
- Mastigar bem os alimentos
- Realizar pequenas refeições
- Evitar stress durante a refeição
- Não é necessário restringir alimentos ácidos já que nenhuma fruta é mais ácida que o Hcl, sob o risco de comprometer a ingestão vitamínica.
4. Constipação Intestinal
Ocorre devido às mudanças hormonais, principalmente devido ao aumento da progesterona que relaxa a musculatura intestinal e diminui o peristaltismo. Pode surgir ou se agravar após a 20ª semana de gestação e prevenir é a melhor saída. Ingerir no mínimo 4 copos de água por dia, adicionar verduras cruas e cozidas nas refeições, preferir pães que contenham fibras, frutas secas como lanches (ameixas, damasco, figo), caminhar no mínimo 3x/semana com a supervisão de um educador físico são algumas medidas preventivas. Não é recomendável o uso de laxantes.
5. Cafeína
É recomendado que, durante a gestação, a mulher restrinja a 4 xic/dia seu consumo de café. É importante lembrar que chás, refrigerantes a base de cola e chocolate contem cafeína.
6. Chás
A Secretaria de Sáude do RJ lançou portaria em 2002 que contra indica o uso de chás durante a gestação. Entre eles estão: erva doce, espinheira santa, erva cidreira, camomila e boldo – chás largamente usados nesse período, inclusive nos hospitais. Segundo estudos em ratos, e com o extrato dessas plantas, essas ervas seriam emenagocos (provocariam a menstruação). Porém são necessárias futuras investigações que fundamentem com mais segurança os riscos das gestantes utilizarem esses chás e nós, nutricionistas, devemos avaliar a frequencia e a quantidade utilizada e associa-la com o período gestacional de risco (1º trimestre) e os antecedentes clínicos da gestante.
Vale lembrar que essas informações não excluem da rotina da gestante consulta periódicas com um profissional nutricionista para avaliar seu caso isoladamente e assim criar um plano nutricional adequado pra ela.
Fonte: ANutricionista.Com - Ana Catarina P. de Aquino Andrade - CRN6 7128 - Nutricionista em Recife.