Diabetes Gestacional
por Nutricionista Glaucia Figueiredo Justo - CRN4 09100413
Várias mudanças metabólicas e hormonais acontecem no corpo da mulher durante a gestação, uma delas é a mudança do hormônio lactogênio placentário que aumenta a resistência materna a ação da insulina. Entretanto, em algumas mulheres, essa resistência é maior acarretando assim a uma redução da ação da insulina. Mas o que a insulina faz no nosso corpo?
A insulina é um hormônio que “carrega” a glicose da corrente sanguínea para dentro das células, e então, a glicose é metabolizada em energia.
Para a maioria das gestantes a ação do hormônio lactogênio placentário não trás problemas, pois o próprio corpo compensa o desequilíbrio, aumentando a fabricação da insulina. Porém, nem todas as mulheres reagem desta maneira e algumas delas desenvolvem elevações da glicemia (aumento de glicose na corrente sanguínea) característica do diabetes gestacional. Por isso é tão importante diagnosticar o distúrbio o mais cedo possível para preservar a saúde da mamãe e do bebê.
O controle glicêmico deve ser realizado sempre que possível e com mais frequência nas gestantes que possuem diabetes antes da gravidez ou que desenvolveram o diabetes gestacional em gestações anteriores. Também devem ficar atentas aquelas que tem parentes próximos diabéticos ou são gestantes com excesso de peso. Os valores da glicemia devem ser: glicemia de jejum< 105mg/dl, glicemia 2 horas pós-prandial (após as refeições) <120mg/dl, entretanto, o ideal após o inicio do controle alimentar seria glicemia de jejum <95mg/dl.
A Terapia Nutricional é parte fundamental no plano terapêutico do diabetes gestacional, baseia-se nos mesmos princípios de uma alimentação saudável, segue abaixo algumas das principais orientações:
- A ingestão diária deve conter de 50 a 60% de carboidratos, evitando açúcares simples (açúcar fino, balas, doces, massas e pães). Para tanto a gestante deve ser encorajada a aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras como frutas, verduras, legumes, feijões e cereais integrais. As fibras, principalmente as solúveis, diminuem o tempo de absorção da glicose quando ela está ainda no intestino.
- O uso de adoçantes não-calóricos (preferência sucralose ou stévia) é seguro quando consumido em quantidades adequadas.
- Dê preferência para os alimentos com baixo índice glicêmico. O índice glicêmico é o potencial que o alimento possui de de elevar a glicose sanguínea. São eles; Frutas: cereja, pêra, maçã e ameixa. Leguminosas: feijão, lentilha e ervilha. Produtos integrais: barra de cereais, farelo. Leite: leite integral ou desnatado e iogurte light.
- Lembre-se sempre da ingestão hídrica mínima de aproximadamente 2 litros de água.
- Não pule as refeições pois o fracionamento também faz parte do controle da glicemia.
Atualmente a Sociedade Brasileira do Diabetes sugere a metodologia da Contagem de Carboidratos, onde a cada 15g de carboidrato conta-se 1 substituto. Desta maneira o nutricionista calcula o plano alimentar e orienta a quantidade de substitutos a serem consumidos por dia e o fracionamento. A gestante pode também calcular a quantidade de carboidratos a partir do rótulo dos alimentos, controlando melhor a ingestão.
O tratamento do diabetes na gestação visa principalmente diminuir a taxa de macrossomia fetal que significa bebês que nascem com o peso elevado, filhos de mães diabéticas, evitar a queda de açúcar no sangue (hipoglicemia) do bebê ao nascer e diminuir a incidência de cesariana.
Para tal é necessário o acompanhamento com o nutricionista durante toda a gestação e principalmente compromisso com a alimentação. A saúde da mamãe e do bebê devem ser observadas diariamente.
Fonte: ANutricionista.Com - Glaucia Figueiredo Justo - CRN4 09100413 - Nutricionista em Vila Velha.
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